quinta-feira, 3 de maio de 2012

Filosofia e Liderança

Segundo Aristóteles, para se ter sucesso em uma argumentação e obter a adesão do público, é preciso que o orador se dê conta de três aspectos fundamentais: Logos, pathos e ethos.

Logos é o apelo baseado em argumentos lógicos, mais relacionado ao conteúdo do discurso (argumentos claros e bem selecionados que fundamentam o que está sendo dito), enquanto Pathos é o apelo pautado no uso das emoções, da intuição, do sensitivo (aqui entra o “carisma” e a habilidade oratória). Ethos, por sua vez, é o apelo fundamentado na percepção do caráter do emissor da mensagem, que se for honesto, responsável e íntegro, conquista muito mais facilmente o público.

Mas afinal, como esse conceito se relaciona com a Liderança? Aplicando-o no âmbito da Comunicação, fica evidente que o líder precisa, antes de mais nada, projetar um ethos positivo, pois se o público não confia no líder, não há lógica ou emoção que o faça acreditar na mensagem.

Para Aristóteles, o ethos é o dispositivo mais importante da persuasão, e projetá-lo de maneira positiva deve ser o principal objetivo dos gestores que buscam excelência na comunicação, uma vez que, se positivo, o ethos é um grande fator de influência na aceitação da mensagem e, se negativo, é uma das grandes barreiras para a comunicação eficiente.

Na teoria, tudo é muito fácil e faz bastante sentido, todavia, na prática, sabemos que nem sempre tudo é tão claro assim. Então, como criar um ethos positivo?

O DOMÍNIO
Um dos primeiros pré-requisitos para inspirar confiança e induzir o público a escutar é a credibilidade, razão número um pela qual as pessoas seguem um líder.

Além de confiável e honesto, para ser credível, um líder deve ser visto também como alguém bem informado, que domina o assunto e é competente (qualidades que se atingem com trabalho, postura adequada e atitudes condizentes com o discurso). É fundamental que o líder conheça o assunto que aborda, e pode até, dependendo da situação, convidar terceiros especialistas para falar também, validando seu raciocínio e criando uma “aura” de conhecimento e asserção. Deve manter fixo o contato visual com o seu público, estar preparado para responder todas as perguntas e dizer “Eu não sei, mas vou procurar essa informação para você” se de fato não tiver a resposta, ao invés de tentar enrolar e procurar uma saída.

O ESPELHO
Para construir um ethos positivo, líderes precisam saber como os outros o percebem, mas isso nem sempre é uma tarefa fácil, uma vez que a maioria dos gestores superestimam sua imagem perante os funcionários da organização – a verdade é que poucas pessoas realmente se vêem como os outros a enxergam.

Para ter esse retorno de maneira mais próxima da realidade, líderes devem desenvolver uma maior inteligente emocional, isto é, entender melhor suas emoções e também as dos outros (aqui entram os feedbacks que auxiliam muito na hora de julgar e reconhecer o que precisa ser mudado).


Além disso, para conseguir um ethos positivo, também vale construir uma boa reputação (títulos, cargos, sucessos e opinião pública), melhorar a aparência física (postura e vestimenta apropriadas), passar confiança na fala (respostas diretas e preferencialmente sem anotações) e usar linguagem adequada ao público, para que a mensagem seja bem entendida.

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